quarta-feira, 4 de agosto de 2010

NASCER E SER MENINA



             A ciência prova que os espermatozóides femininos sobrevivem por mais tempo que os masculinos e tem preferência por meio ácido, ou seja, mesmo em condições adversas, somos capazes de resistir mais... e ainda nem existimos. Antes mesmo de nos tornarmos um ser vivo já mostramos nossa força.
         Nascer e ser uma menina não é fácil. Desde pequenas somos constantemente lembradas que existem coisas de meninas e coisas de meninos. Ensinam-nos a sentar, a falar baixo, comer de boca fechada. Somos enfeitadas como bonecas e não podemos nos sujar ou amarrotar o vestido rosa de babados e fitas. Felizes as que vivem como crianças, assexuadas, livres para serem e pensarem como quiserem.
            Mas existem coisas que só uma menina pode saber. São essas coisas de menina, complicadas e divertidas que nos tornam tão especiais. Fortes e frágeis, inseguras e conscientes, um mar de contradições que nos tornam únicas.
            Foi concedido a nós, meninas, o dom divino de dar à luz e de suportar todas as dores que acompanham o nascimento de um bebê. Não choramos de dor, suportamos cada contração, mas não conseguimos segurar a emoção diante do primeiro som que ouvimos do nosso filho, da nossa cria!
           Apaixonadamente nos entregamos a cada grande amor que surge em nossas vidas, porque cada amor é único, e grande, e especial. Somos dotadas de um amor imenso que não dividimos, compartilhamos.
           Ser menina é ser sentimento à flor da pele. É cheiro, contato, olhar. Menina precisa de calor, de ouvidos, de abraço, o resto ela corre atrás, batalha, vira bicho se preciso for para proteger quem ama e para conseguir o que quer.
           Estar menina é um estado de espírito, é atrair para si toda a alegria e paixão de viver. É ser extremos: ternura e brutalidade, certeza e neuroses, amar e odiar. Rir e chorar numa mesma frase sem parecer louca.
            E quem disse que nascer e ser uma menina seria fácil?




JULIANA

Um comentário:

  1. Lindo texto. Só nós sabemos a dor e a delícia de ser o que somos.

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