segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O COMEÇO DO FIM




            Chega mais um final de semana e você conta com aquele programinha básico de namorados para curti-lo: filme, um barzinho com a turma, qualquer coisa para os dois ficarem juntos. Mas eis que seus planos vão por água a baixo quando ele liga e resolve ter uma conversa séria. Pelo telefone mesmo ele lhe diz que está confuso, que você é a mulher certa para casar, mas que apareceu na hora errada. Neste exato momento você até para de escutar o que ele está falando, afinal, essas frases a gente já conhece!
            Três coisas que eu ainda não consegui entender:
1-      Por que todo homem insiste em terminar uma relação com a desculpa de que está muito confuso? Se resolveu terminar é porque não está mais confuso, pelo contrário, está bem decidido: quer ser solteiro. Se estivesse na dúvida tentaria mais um pouco para ver o que realmente queria.
2-      Por que continuam nos dizendo que somos as mulheres certas para casar, mas aparecemos na hora errada? Se somos para casar, oras, que casem com a gente. E quem disse que queremos casar neste exato momento, se a hora é a errada, esperaremos a certa.
3-      E, finalmente, por que esperam o final de semana e usam o telefone para nos descartarem? Se fizessem isto na segunda-feira, pessoalmente, a gente tentaria fixar melhor a atenção para ver o restante dos argumentos que viriam depois das duas célebres frases, talvez assim nem discutiríamos mais, e melhor, teríamos a semana toda para nos recuperarmos e assim conseguiríamos curtir o final de semana.
Mas não controlamos essas coisas. Então fica assim: relação acabada, fim de semana sem programação, chocolate, choro, horas no telefone com as amigas, chocolate, pragas e mais pragas em cima das fotos antigas, chocolate...
No final, nos damos conta de que a única coisa do gênero masculino que realmente desejamos que fique do nosso lado neste momento, é o chocolate. Cientificamente, o chocolate tem um charme químico, substâncias que induzem o nosso cérebro a liberar outras tantas substâncias espetaculares, responsáveis por nos deixar ligeiramente felizes.
Ah...o chocolate! Se os homens soubessem o que ele realmente faz com a gente nos trariam caixas e mais caixas antes de terminar conosco! Seria um sedativo que nos pouparia uns três dias de sofrimento.
Entender o final de uma relação não é fácil, mas a parte do chocolate sempre me deixa com água na boca!

JULIANA

domingo, 22 de agosto de 2010

O COMEÇO






            Cássia, 27 anos, resolveu mudar suas atitudes. Bem sucedida profissionalmente, sempre foi um fiasco em suas relações amorosas. E ela nunca engoliu aquele velho papo feminista de que mulher não precisa de um homem para ser feliz. Ela queria um homem sim! Aliás, havia chegado num estado em que não escolhia mais as características do seu homem perfeito. A partir de agora queria um HOMEM e ponto!
            E resolveu mudar de atitude por um motivo simples: as que tivera até a data fatídica de sua decisão, nunca lhe trouxera um bom relacionamento. A primeira coisa que ela decidira é que, independente do homem ela arriscaria uma relação. O único requisito era que ele deveria ser gentil, do resto, ela se viraria depois.
            Depois de várias experiências, Cássia aprendeu algumas coisas, mas principalmente que o começo é a pior parte!
            No começo não se sabe nada do parceiro, tudo é novidade. Ele faz uma esquisitice durante uma conversa e você não tem idéia se aquilo foi um surto ou é uma mania. Quando o rapaz sumia, Cássia nunca sabia se podia ligar, e isso sempre gerava conflitos. Normalmente ela não ligaria, achava que um sumiço era um recado dado, mas como resolvera mudar suas atitudes, vá lá...ligava!
            E o primeiro encontro a sós? Quantas coisas Cássia aprendeu! A primeira é que, por mais descolado que seja o rapaz, camiseta cavada e pochete nunca eram um bom sinal. Ela até conseguira que um deles largasse a pochete, mas a camiseta cavada sempre relutava em sair do armário de alguns pretendentes. A segunda é que NUNCA se deve pedir um prato com rúcula. Rúcula é um atentado ao primeiro jantar! Sempre fica um pedaço entre os dentes. Certa vez, um desses pedaços voou no prato de Cássia, ela o via como em uma cena do filme Matrix, em câmera lenta, se depositar vagarosamente em cima de seu risoto chiquérrimo. Nunca mais pediu rúcula, nem saiu com o rapaz.
            Depois de tantas aventuras, Cássia finalmente encontrou o seu homem perfeito! Conversando certa vez com ele, falando sobre o passado de cada um, Cássia foi deixando sua personalidade antiga a mostra.
            Duas semanas depois desta conversa, o seu homem perfeito resolveu terminar. Achou Cássia sem personalidade, afinal, como pode alguém deixar para trás tantos conceitos?
            Cássia, hoje com 35 anos, continua bem sucedida. Mas desistiu de mudanças!

JULIANA

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

S.A.D.


3:09 A.M.


tuuuu....tuuuu....tuuuuu


- Serviço de Atendimento aos Desconfiados, em que posso ajudá-lo?


- Alô? Eu liguei certo?


- Oi senhora, se a senhora está desconfiada, creio que sim.


- Boa noite, quer dizer, bom dia! Eu fui chamada de gostosa hoje...


- E a senhora estava onde?


- Numa festa.


- A senhora poderia estar me informando se havia bebida alcoólica nesta festa?


- Sim. Tinha.


- Só um momento senhora, que vou estar transferindo a senhora para o setor de cantadas em baladas.


silêncio...


- Bom dia senhora. Em que poderia ajudá-la?


- Fui chamada de gostosa.


- Sei. E isto costuma acontecer com frequência?


- Sim. Às vezes , depois de uma conversa, me chamam de simpática também. Dizem que sou engraçada e que é muito legal falar comigo.


- Entendo. E isto acontece em lugares livre do álcool também?


- Sim.


- Senhora vou estar transferindo sua ligação para um superior. 


silêncio...


- Bom dia senhora. Em que posso ajudá-la?


- É que me chamaram de gostosa. Disseram que sou simpática e que tenho um bom papo também. Estive pensando e isso é bem frequente, até. É grave?


- Veja bem senhora, nós do SAD estamos limitados em nossa ajuda porque não podemos conferir a história pessoalmente. Quanto ao fato de estarem chamando a senhora de gostosa, procure estar verificando se isto acontece em ambientes apenas com ácool. Se a resposta for SIM, aconselho a senhora a não frequentar mais estes ambientes, a não ser que esteja se sentindo extremamente carente. 


- Entendi.


- Na parte em que chamam a senhora de simpática e com bom papo, acredito que estejam sendo sinceros, afinal para uma boa conversa precisamos de boca e não de corpo bonito.


- Sei.


- Mas veja bem minha senhora, elogios não devem perturbar ninguém. Se a senhora estiver encontrando quem a chame de gostosa e ainda não reclame da sua conversa , aproveita.


- Verdade. Obrigada viu moço. Vou seguir seu conselho.


- Sim senhora. Mais alguma coisa senhora?


- Hum, acho que não. Por que? Você acha que preciso de mais alguma coisa?


- Claro que não senhora. O serviço de atendimentos aos desconfiados lhe deseja um boa dia!


- Tá. Pra você também.


tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu








JULIANA

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Pérolas da equipe da cultura



- Vocês assistiram o Jornal Nacional hoje? Eu fiquei assustada... Passou sobre aquele furacão que atingiu vários países. Como é o nome dele mesmo? Ah, lembrei, é tsunami...
- E eu, então? Li uma reportagem sobre uma avalanche de pedras que destruiu uma cidade na Suíça. Ou será que foi na Suécia?
- Dãaarrrrr... Suíça e Suécia é tudo a mesma coisa...
- Ah, tanto faz... Nessas horas é que eu agradeço o Cristóvão Colombo por ter descoberto o Brasil, aqui não tem nada disso!
- Sabe que eu acho que não foi bem uma descoberta.... Tudo foi uma questão de espertismo.
- É, pode até ter sido... De toda forma, devemos sempre homenagear a nossa pátria tão amada, cantando o hino nacional:
- Ouviram dois Piranga às margens plácidas
   De um povo heróico o brado retumbante
   E o sol da liberdade em raios púuuuuuuuublicos...
- É, amigas, o Brasil é tão bom que até Jesus nasceu aqui... Lá no Belém do Pará...


Be.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

NASCER E SER MENINA



             A ciência prova que os espermatozóides femininos sobrevivem por mais tempo que os masculinos e tem preferência por meio ácido, ou seja, mesmo em condições adversas, somos capazes de resistir mais... e ainda nem existimos. Antes mesmo de nos tornarmos um ser vivo já mostramos nossa força.
         Nascer e ser uma menina não é fácil. Desde pequenas somos constantemente lembradas que existem coisas de meninas e coisas de meninos. Ensinam-nos a sentar, a falar baixo, comer de boca fechada. Somos enfeitadas como bonecas e não podemos nos sujar ou amarrotar o vestido rosa de babados e fitas. Felizes as que vivem como crianças, assexuadas, livres para serem e pensarem como quiserem.
            Mas existem coisas que só uma menina pode saber. São essas coisas de menina, complicadas e divertidas que nos tornam tão especiais. Fortes e frágeis, inseguras e conscientes, um mar de contradições que nos tornam únicas.
            Foi concedido a nós, meninas, o dom divino de dar à luz e de suportar todas as dores que acompanham o nascimento de um bebê. Não choramos de dor, suportamos cada contração, mas não conseguimos segurar a emoção diante do primeiro som que ouvimos do nosso filho, da nossa cria!
           Apaixonadamente nos entregamos a cada grande amor que surge em nossas vidas, porque cada amor é único, e grande, e especial. Somos dotadas de um amor imenso que não dividimos, compartilhamos.
           Ser menina é ser sentimento à flor da pele. É cheiro, contato, olhar. Menina precisa de calor, de ouvidos, de abraço, o resto ela corre atrás, batalha, vira bicho se preciso for para proteger quem ama e para conseguir o que quer.
           Estar menina é um estado de espírito, é atrair para si toda a alegria e paixão de viver. É ser extremos: ternura e brutalidade, certeza e neuroses, amar e odiar. Rir e chorar numa mesma frase sem parecer louca.
            E quem disse que nascer e ser uma menina seria fácil?




JULIANA

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Pérolas da equipe da beleza




- Amiga, como seu cabelo esclareceu!
- Nossa, amiga, nem me fale... não estou mais aguentando esse monte de cabelos na minha cabeça!
- Que isso, tá linda!
- Sério? Você acha mesmo??? Que bom ouvir isso... logo hoje, que eu tô me sentindo tão feia... Tá tudo desjuntado na minha roupa, esse meu colar cheio de pinduricaio... Não tá legal!
- Estou falando sério, sim. Você também emagreceu... Tá de dieta?
- Não, não estou de dieta, não. Descobri no meu curso que você precisa comer pelo menos o que o seu corpo precisa. Além disso, quando você está com sede, você tem que beber é água.
- Isso é verdade... Temos é que entrar na malhação, que emagrece e ainda acaba com a celulite. Só não acaba com as estrias, afinal de contas, estria é uma coisa genérica...


Be.